Quando a pandemia da Covid-19 eclodiu no Brasil, em março de 2020, e as prefeituras em várias cidades decretaram o lockdown, a Pastoral do Povo da Rua de Belo Horizonte teve que agir de forma emergencial para atender à população em situação de rua, que se viu extremamente vulnerável naquele momento. A iniciativa emergencial contou com o apoio de diversos voluntários privados e agentes públicos e foi considerada exitosa: a população foi acolhida, alimentada, encaminhada aos serviços públicos de saúde, e muitos foram alojados em moradias provisórias. Ali surgiu o "Canto da Rua Emergencial", coordenado pela Pastoral do Povo da Rua.
No entanto, com o abrandamento da pandemia, viu-se o aumento do número de moradores de rua. Os parceiros envolvidos no projeto decidiram, então, colaborar para que a ação coletiva se tornasse perene. Assim nasceu um novo momento para o Canto da Rua, com a Associação Pastoral Nacional do Povo da Rua recebendo, da Secretaria de Desenvolvimento Social de MG (SEDESE), a concessão de um terreno de 13 mil m2, no bairro Santo Inês para construir moradias e espaços para treinamentos e capacitações, ações de cultura e lazer, empreendedorismo e economia solidária, entre outros.
Ao longo desse tempo, têm sido realizadas oficinas, cursos e treinamentos para a população em situação de rua ou com trajetória de rua, em parceria com entidades parceiras, como o SESC, SENAC, Fundação Dom Cabral, Comunidade dos vizinhos e outras.
Foi instalada uma Padaria-Escola que forma alunos no ofício da panificação. Além disso, está sendo cultivada uma horta agroecológica, e desenvolvidas outras ações junto aos grupos de economia solidária apoiados pela Pastoral.
No Plano estratégico desenhado para o Canto da Rua, há, também, o projeto de construção de 30 unidades habitacionais recebendo mais de 50 pessoas no modelo Housing First, no qual as pessoas têm acesso imediato a uma moradia integrada com alguns serviços sociais de apoio.